terça-feira, 29 de novembro de 2011

A hora do canasaço

As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito varíavel
no limite de nosso poder
... de respirar a eternidade.

Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra(maior) realidade.

Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um ou outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de futilidade.

Do sonho de eterno fica esse gosto acre
na boca, na mente, sei lá, talvez no ar.




Achei que esse poema de C.d Andrade, basicamante resume meu pensamento...

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